Um caminho

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Existe um caminho com mil possibilidades de caminhos. Reduzidos pelas possibilidades e destino. Você nasceu aí, assim. Eu nasci aqui do outro lado da cidade ou do mundo. Minha mãe não é fulana e por causa do dinheiro dela estudei aqui e não ali. E daí compartilhei a sala de aula com cicrano que tinha a mesma idade. Por causa de algo que aprendi em casa ou vi na TV escolhi tal profissão e tal festa. Nessa festa poderia ter encontrado meu futuro namorado que mora aqui do lado. Mas se um dia eu viajo, talvez o encontre falando outra língua, comendo comidas diferentes das minhas… Porque a mãe dele é fulana e não a minha. É bem provável que aos 50 eu descubra as mesmas doenças que minha mãe ou tia tinham. Mas também a gente vê gente de tudo que idade morrer. De acidente, de raio, de arma, até de nada. É bem provável que aos 50 eu faça como minha mãe e o resto dessa mesma geração: case, me vista com roupas adequadas para minha idade e não faça mais nenhuma loucura. Talvez não, talvez eu dê a doida e um desconto pra mim e me ache irreverente copiando alguém, porque até loucura é repetida. Se você olhar pra sua vida vai se deparar com um ciclo de pessoas que são o que puderam ou tiveram coragem de ser. Pessoas que se agarram a modelos, chances e até que fizeram diferente. Alguns se tornaram médicos, casaram, estão desempregados, em outro país. Alguns tiveram azar e outros sorte. Mas o que é a sorte senão o encontro da oportunidade com a competência? Existe um caminho com mil possibilidades de caminhos. E daí cada escolha, chance, persistência ou desistência te leva para esse caminho, que na verdade já era seu há muito tempo, caso você seja desses e acredite em destino.

Quem escreve

Prazer,
Jéssica Alencar

Sou jornalista, escritora e criadora do Querido Indizível. Te convido a dizer e ouvir e ler e escrever sobre as coisas, indizíveis, da vida. Afinal – querido – viver é indizível…

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