Tinha um estranho do outro lado da rua

Tinha um estranho do outro lado da rua.
O carro tava parado na porta aqui de casa
E nunca achei alguém tão esquisito.
Eu olhei nos olhos e não vi nada.
O cabelo perfeitamente arrumado
Não me enganava.
Me bateu um medo,
Um medo de um dia também não me reconhecer.
O pior tipo de estranho é aquele que já foi tão familiar.
Não era uma rua, mas um mundo inteiro que nos separava.
Fiquei lembrando das risadas, das frases.
E é muito estranho perder aquilo que a gente acha tão nosso,
Quando você sabe do número do sapato à escova de dente preferida.
E sabe de cor o efeito que causa as covinhas do lado sorriso, tudo fica mais difícil.
Podia ser um amigo,
Podia ser um grande amor,
Mas era só um estranho do outro lado do peito.

Quem escreve

Prazer,
Jéssica Alencar

Sou jornalista, escritora e criadora do Querido Indizível. Te convido a dizer e ouvir e ler e escrever sobre as coisas, indizíveis, da vida. Afinal – querido – viver é indizível…

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