Ando descobrindo muitas coisas. A primeira que a vida é uma eterna descoberta, que a gente aprende sozinho, mas que descobrir junto é mais gostoso. Eu descobri que a gente gosta de jeitos diferentes, por razões diferentes. A gente gosta do jeito que o cabelo é penteado, do café servido na cama, do cheiro, a gente gosta do tom de voz e das conversas.
Gostamos de como somos tratados, gostamos quando temos muito em comum ou porque somos totalmente diferentes, gostamos porque é resposta ou porque nos cobra perguntas.
Gostamos porque nos completa ou porque nos faz entender que não precisamos ser metades, apenas nós em nossas falhas e acertos. O fato é que existem mil razões para se gostar. E quando não houver mil razões ao menos uma há de bastar para que goste. Talvez não para que fique.
Entre outras coisas, descobri que a gente pode perder sem se perder. E que perder é tantas vezes ganhar (e ou se encontrar). Tenho perdido as reservas e todas as coisas que me impedem de gostar mais de mim.
Tenho perdido a mania absurda de planejar cada instante, de ensaiar as frases, de ter que sempre ter razão. Descobri, então, que a gente vive bem, bem melhor, inclusive, quando a gente “perde” certas coisas e pessoas, certos hábitos e pensamentos.
Descobri também que podemos ser comedidos arriscando, que podemos jogar por diversão e isso é ganhar. Descobri que a gente só descobre quando entende. Só entendemos quando abrimos mão. De nossas convicções ou de tudo que nos impede de continuar descobrindo. Quem acha que sabe tudo está perdendo a melhor parte.