Não sei se era eu quem criava caso com tudo.
Mas é que não sei não ser eu. E eu caso com tudo, com absolutamente tudo, do outro.
Me diz a data do seu aniversário, o tamanho do seu sapato,
Seu maior sonho e o sabor preferido do picolé.
Pronto estou comprometida.
Farei sempre de tudo para te arrancar sorrisos.
Mas reciprocidade não é gratidão,
Nem presente, muito menos obrigação. É só um pedaço seu.
E quando você é parte do outro, todos e muitos outros pedaços são também.
E daí, que você quer casa, não um caso.
E então, por que entre todos os acasos, foi você quem cruzou a minha vista aquele dia?
Fico te imaginando do outro lado da cidade, pegando a carteira na bancada e a chave do carro, indo por acaso, entre todos os lugares e pessoas, me conhecer.
Desde então não quero, não posso te perder de vista.
Em todo caso, eu paro, juro, de criar caso por pouco e tudo.
Isso, se por acaso tudo for via de mão dupla.