Meia a noite

cada minuto que você demora é uma eternidade ao passo que a hora passa rápido de mais ao seu lado. (2)

Quase meia-noite e nunca gostei de metades.
Foi por isso, você sabe. Esse seu mundo calado e cheio de ti parece nunca me caber.
Mas daí que num abraço
Cabe essa parte minha que lhe cabe
E tudo que dói, dói menos.
Cabem todos os pedaços de mim,
Não mais tão despedaçados.
Deve ser porque de dentro do seu mundo
Ouço de perto seu coração, você nunca esteve tão perto.
Mas depois ainda somos tão dois.
Você daí e eu aqui sempre por você.
Machuca todas as vias de mão única,
Todo quebra-cabeça de peça perdida,
Os jogos de azar que a gente joga mesmo sabendo que não vamos ganhar.
Mas saí da brincadeira faz tempo e não tem mais graça isso de tão autossuficiente.
Aqui estamos, é meia a noite, e hoje sou só minha.

Quem escreve

Prazer,
Jéssica Alencar

Sou jornalista, escritora e criadora do Querido Indizível. Te convido a dizer e ouvir e ler e escrever sobre as coisas, indizíveis, da vida. Afinal – querido – viver é indizível…

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