Escrever acalma a alma. Me cala a boca, acalenta o peito. Escrever me tira esse sufoco da gaganta, organiza esses pensamentos malucos. Coloco os problemas em listas de letrinhas, me torturo um pouco menos. Parece que não preciso me lembrar tanto o tempo todo de tudo. Está ali escrito mesmo. As dores, os pesares e as dúvidas e tantas vezes as soluções. Está ali escrito até o que não pude escrever, em cada ponto, o meu silêncio. Em cada vírgula, os meus segredos. A melhor parte é o depois: escrever é como soprar um machucado ardido. Você sabe que ele está ali, mas já dá pra seguir em frente, já dá pra voltar pra rotina, entende? A melhor e a pior parte é reler, é sempre um novo texto, são sempre novas questões e inevitáveis conclusões. Tudo ali escrito me deixa sem ter como negar, amenizar, nem dar desculpas. Não dá pra apagar, mesmo apagando o que um dia foi escrito. E eu sinto em te contar, mas a gente escreve a vida também e não dá pra apagar aquilo que a gente quer esquecer. O lado bom é que dá pra relembrar os bons momentos, e aí a gente é feliz 2 vezes. Uma lembrança boa, começa com um sorriso, termina com um suspiro. E um suspiro também acalenta o peito. E é por isso que eu escrevo, pra me dar paz, pra me dar força, pra me fazer enxergar. Escrevo porque na última linha dou um suspiro e ai acalma a alma.
Você foi tudo e depois se foi
Ontem (como antes e antes de ontem) lembrei de ti Nessa coisa de tentar remontar os momentos E falhar A