Carta do meu futuro amor

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Ah querida, você diz que certas coisas são indizíveis. Mas você as diz. Até quando não quer dizer, até quando finge, até quando foge. Você diz muito no seu silêncio, quando me olha de lado, fica emburrada. Você me diz coisas docíssimas quando me acolhe com o olhar. Essa mania que me agrada muito em me beijar o corpo todo, até a alma. Obrigado.

Meu bem, gosto de te chamar de benzinho, de tudo que tem nome, porque você é um pouco de tudo, porque você é mimada, gosta também que faça seus caprichos. Eu sei, sei que não me achou do outro lado do mundo, sei que não tenho a cor dos cabelos que queria, que não sou seu tipo. Fico na dúvida se existe mesmo esse tal príncipe encantado dando sopa por aí, por precaução, te digo que não.

Mas não vai haver pessoa nesse mundo que deite no seu colo e te ouça falar desses seus sonhos, dessa magia que vê no futuro. Não há pessoa no mundo que tente tanto ser isso e aquilo por você. E se haver, te garanto, não vai ser como eu. Porque eu sou eu tentando ser esses detalhes que te encantam. Porque você tem disso de me fazer sempre melhor. Obrigado. Você me aguenta com todo meu jeitão, me arranca em uma cócega, essas coisas que homens não costumam falar.

Você é única, me faz sentir único também. Tão seu. Tão disposto em encarar as rotinas e esperar ansioso pelas pequenas surpresas do dia que você me proporciona. Ah querida, certas coisas são mesmos indizíveis. Você estava certa, mas nem pense em debochar e dizer que sempre está. Certas coisas são indizíveis, não posso te falar tudo que sinto, porque algumas delas ainda não deram nome. Mas eu sei que você sabe, porque você gosta de dizer o indizível com o olhar. Obrigado

Quem escreve

Prazer,
Jéssica Alencar

Sou jornalista, escritora e criadora do Querido Indizível. Te convido a dizer e ouvir e ler e escrever sobre as coisas, indizíveis, da vida. Afinal – querido – viver é indizível…

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