Li, esses dias, uma pesquisa que listava os 10 melhores jeitos (comprovados, detalhe) de se superar um ex-amor. Se livrar de recordações como fotos e presentes é um bom começo. Depois e o mais importante, anote, é simplesmente não lembrar de bons momentos. De preferência se tiver alguns bem ruins, por favor, relembre 3 x ao dia.
Sentei num canto do quarto velho da minha nova casa. Estou tão longe que não tenho nem um canto da cidade pra te lembrar, nem as comidas que a gente pedia em um boteco qualquer. Tenho um presente apenas guardado, porque você nunca me deu muito. Meu celular não tem uma foto ou conversa se quer, está tudo limpo, a memória estava pra lá de cheia.
Já essa coisa de fazer uma lista de coisas ruins, tentei mil vezes, isso quando você estava a 5 minutos da minha casa. Mas bastava um “oi”. Esse foi o problema, sempre me contentei com pouco demais. Tenho que dizer que levo 10 segundos pra abrir os olhos, checar o que meu coração ainda guarda e logo realizo onde estou, ponho uma roupa apressada, pego o metro. Durante todo o dia, depois de muita prática, eu costumo não lembrar de você. Tento não pensar muito em ninguém que esteja longe, nem no passado e nem no futuro.
Estava ali entre os 10 melhores jeitos de se continuar. Funciona das 6 da manhã até a hora de dormir, funciona. Faço mil coisas, até me divirto. Nunca deixei de tentar o melhor e de experimentar o melhor dessa vida, de nada. Mas é que o dia tem a noite e quando estou ali jogando o travesseiro em qualquer lugar ( porque como você sabe nunca gostei de travesseiros, seu abraço sempre foi tão melhor) já estou relembrando de tudo e criando um final pra tudo o que faltou. O problema de todos os melhores jeitos é que nunca foram melhores do que ter. É que amor não tem ex, não sabe contar até 10, não sabe como perder.