Feito velório de parente

Quando você me deixou ir me senti feito em velório de parente. Te explico. Sempre me impressionei com o morto ali deitado no meio da sala, dois, no máximo três em lágrimas. A chegada parece dolorosa, porque as partidas sempre são. Então, o conhecido chega, vê o defunto e sente uma dor ou compaixão ou pena ou medo. Tudo não dura mais que 5 minutos. Isso porque os velórios são reuniões animadas de conhecidos que há muito tempo não se vêem. É gente fazendo uma boquinha dali, mexendo no celular, contando uma piada. Falando das coisas da vida... Nos anos que se seguem o morto é lembrando de vez em quando, mas o principal, todo mundo segue. Não que eu seja contra a essa coisa de não perder a fé e continuar, inclusive sempre invejei. Mas é que me dói profundamente todas as partidas. Principalmente as em vida. Não passa um mês e as pessoas costumam se recompor, ter a companhia de novos e outros e variados do que chamam de amor. Sei que o tempo de luto varia de coração pra coração, mas o meu de variante em variante só quer saber o resultado no fim das contas. Só quer um peito estável pra um dia descansar. E quando esse dia chegar que tenha alguém pra chorar por mim, que tenha alguém pra quem eu possa deixar tudo e o melhor de mim, só amor. #queridoindizivel

Quando você me deixou ir me senti feito em velório de parente. Te explico: Sempre me impressionei com o morto ali deitado no meio da sala, dois, no máximo três em lágrimas. A chegada parece dolorosa, porque as partidas sempre são. Então, o conhecido chega, vê o defunto e sente uma dor ou compaixão ou pena ou medo. Tudo não dura mais que 5 minutos. Isso porque os velórios são reuniões animadas de conhecidos que há muito tempo não se vêem. É gente fazendo uma boquinha dali, mexendo no celular, contando uma piada. Falando das coisas da vida… Nos anos que se seguem o morto é lembrando de vez em quando, mas o principal, todo mundo segue. Não que eu seja contra a essa coisa de não perder a fé e continuar, inclusive sempre invejei. Mas é que me dói profundamente todas as partidas. Principalmente as em vida. Não passa um mês e as pessoas costumam se recompor, ter a companhia de novos e outros e variados do que chamam de amor. Sei que o tempo de luto varia de coração pra coração, mas o meu de variante em variante só quer saber o resultado no fim das contas. Só quer um peito estável pra um dia descansar. E quando esse dia chegar que tenha alguém pra chorar por mim, que tenha alguém pra quem eu possa deixar tudo e o melhor de mim, só amor.

Quem escreve

Prazer,
Jéssica Alencar

Sou jornalista, escritora e criadora do Querido Indizível. Te convido a dizer e ouvir e ler e escrever sobre as coisas, indizíveis, da vida. Afinal – querido – viver é indizível…

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