Tua estrada é contramão

Às vezes não sentimos saudades só dos lugares onde estivemos, mas também de como eram nossos corações quando os visitaram. (12).png

Tua estrada é fim e não meios.
E enquanto acho que teus abismos são pontes
eu atravesso. Atravessando em mim
Um pouco mais desse desamor, que se não fosse tão óbvio,
Deixava de doer.
É isso aí, eu salto em queda livre
E você comedido em tudo,
Até no amor.
Teu erro não me assusta
Eu caio e levanto, achando graça,
Como se fosse tombo de bicicleta.
Jovem demais pra saber que certas feridas
Nos mudam para sempre.
Que é perigoso mergulhar tanto assim,
Depois falta o ar
E eu vou reclamar de não ser mais eu.
Eu vou mudar, eu sei. Ou deveria, ao menos saber.
E não adianta isso, de “eu te disse”.
Já estou na chuva,
Já me molhei,
Agora afundo.
Você intacto, nem respingou.
Tua estrada sempre foi sem saída.
Contramão.
Estreita.
Não feita pra mim.
Sempre gostei das curvas, do amor se for via de mão dupla.
Sempre gostei mais dos começos.
E tua estrada sempre foi e será,
Nada mais do que, fim

Quem escreve

Prazer,
Jéssica Alencar

Sou jornalista, escritora e criadora do Querido Indizível. Te convido a dizer e ouvir e ler e escrever sobre as coisas, indizíveis, da vida. Afinal – querido – viver é indizível…

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