No caminho reclamei das curvas

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No caminho reclamei das curvas, tive que fazer desvios, me deixei pra trás.
No caminho encontrei amigos, desfiz amizades. Continuamos amigos, mas seguimos caminhos diferentes.

No caminho achei que estava perdida, saí correndo e tentando alcançar o máximo no mínimo tempo. Esqueci que a questão não é a chegada e agora sinto falta da estrada. Tem hora que parece que voltei, andei de ré, nada do que fiz foi suficiente. Tem hora que o caminho fica difícil. Mas quando percebemos que podemos perdê-lo de vez é que fica mais difícil. E depois fácil. Porque todos os problemas ficam relativamente fáceis e sem importância diante da dimensão da vida e da morte.

Dizem que a gente vem sozinho ao mundo, da mesma forma que vamos embora. Mas apesar de ser uma jornada pessoal, não tem como ir e vir ou permanecer sozinho, nosso caminho é todo interligado, as pessoas que cruzam nosso caminho o mudam e nos muda. A gente vem e vai em amor e é ele que dá sentido à essa caminhada, acredite. E quando falo em amor, falo também em amor próprio.

Quantas vezes você quis seguir um caminho, mas não o seguiu por causa de tudo aquilo que esperam de você? Quantas vocês você quis ser você, ir mais longe e te pararam? Quantas situações desconfortáveis você se colocou porque não soube dizer não? Quantos relacionamentos mais ou menos você aceitou por medo de seguir o caminho “sozinho”?

A gente nunca está sozinho ao passo que estamos sempre sozinhos, aprender a gostar da nossa própria companhia é um caminho sem volta. É libertador, acredite.

Não sei em que ponto da estrada você está, se por acaso você se perde no tempo, nos afazeres, nas coisas triviais e acaba esquecendo que o momento não volta, que é único. Não sei se você está numa curva gostosa, achando graça nas simplicidades e entendendo que tudo que aconteceu tinha um porque. Não sei se você está perdido, naquela encruzilhada que não sabe para qual lado ir. Não sei você está parado, sem vontade de seguir.

Não sei em que ponto da estrada você está. Mas sei que a estrada, apesar de desafiadora, é linda, nos fazer aprender sempre, não tem jeito. Sei que você sempre pode escolher refazer seu caminho e ir atrás de você. Sei que o amor é o combustível, já disse. Inclusive, e com certeza, o amor próprio.

Quem escreve

Prazer,
Jéssica Alencar

Sou jornalista, escritora e criadora do Querido Indizível. Te convido a dizer e ouvir e ler e escrever sobre as coisas, indizíveis, da vida. Afinal – querido – viver é indizível…

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