4am

depois-da-minha-autopsia-uma-laudo-querido-tem-alguma-coisa-aqui-viva-habita-seu-corpo-e-o-meu-de-vez-em-quando-palpita-mais-forte-mais-alto-e-eu-digo-seu-nome-querendo-dizer-te-amo

Acordei sem ter dormido, 4 da manhã. Me revirei pensando em você, pensando assim naqueles detalhes bobos, que você nunca lembrará, até mesmo porque não chegou se quer a reparar. 4h15 ainda de olhos fechados passava meus olhos de ontem no seu corpo. Tem um pinta nova, prazer em te conhecer cada vez melhor. Com você tem tudo sido tão rápido e tão devagar. Dia sim, você dá um passo a frente, aí eu penso agora vai. Dia não, dois passos atrás, aí eu fico sem saber bem o que pensar. Troquei o frio na barriga, o suor nas mãos e a paixão por um pouco de conforto em seus braços. Parece tudo tão íntimo, estou à vontade em te revirar também.
Daí já são 4h30 eu volto atrás e observo você dormir. Depois da minha autópsia uma laudo: querido, tem alguma coisa aqui viva. Habita seu corpo e o meu, de vez em quando palpita mais forte, mais alto e eu digo seu nome, querendo dizer te amo.
Não quero que isso morra, que isso torne sem graça e banal, mas é que essa rotina de gostar até que é boa, acalenta a alma, dá repouso ao coração.
5h, um café e mais de você para o resto do dia.

Quem escreve

Prazer,
Jéssica Alencar

Sou jornalista, escritora e criadora do Querido Indizível. Te convido a dizer e ouvir e ler e escrever sobre as coisas, indizíveis, da vida. Afinal – querido – viver é indizível…

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